Primeiro curso de educação financeira da CARE Brasil é um sucesso

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De 6 a 8 de abril, a CARE Brasil realizou na cidade de Barro Alto (GO) o primeiro  Curso de Educação Financeira “Suas contas em dia”, que faz parte do programa de Educação Financeira nacional da ONG. Com 44 participantes, o curso foi muito bem recebido pelos moradores do município. “Foi um verdadeiro sucesso! Lotamos uma sala de aula, sendo que todos os participantes estiveram presentes durante os três dias do curso; e a procura foi tão grande que já temos mais 30 pessoas em uma lista de espera para a próxima edição, que já está sendo planejada e deve acontecer em meados de maio”, conta Marcelo Almeida, analista do Programa de Microfinanças da CARE Brasil.

Contando com o apoio da empresa Anglo American, parceira da CARE Brasil desde 2004, as oficinas foram ministradas no prédio do SESI e abordaram os seguintes temas: “Como organizar um orçamento familiar”, “Como conseguir poupar” e “Como gerenciar suas dívidas”, com o objetivo de desenvolver o nível de conhecimento financeiro de famílias de baixa renda e fortalecer sua capacidade de administração do próprio dinheiro e de gestão de dívidas. Os participantes puderam aprender, de maneira acessível e didática, como poupar mais, gastar menos, organizar seu próprio orçamento, entender o que são prioridades e como estabelecê-las e a ter mais prudência e disciplina para gerir suas dívidas.  A metodologia adotada para o curso faz parte do Programa Global de Educação Financeira, uma iniciativa da Microfinance Opportunities, Freedom for Hunger e Citi Foundation.

“Todas as pessoas deveriam participar de um momento como esse, pois administrar os próprios bens é uma grande dificuldade. A educação financeira não interfere só nas finanças, mas na vida de modo geral, então eu percebo que vale a pena o investimento nessa forma de educar”, afirmou Débora Cruz, participante do curso. “Há um apelo muito grande da mídia incentivando o consumo excessivo e, com esse aumento do consumo, as pessoas acabam se endividando sem perceber. É aí que a educação financeira se faz importante, pois além dos temas citados acima aborda também o ‘consumo consciente’, o impacto que isso traz para a vida financeira das famílias e, indo mais além, para o meio ambiente”, explica Patrícia Machado, coordenadora do Programa de Microfinanças da CARE Brasil.

“Tenho que agradecer pela iniciativa de trazerem esse curso até nós, acho que deviam ensinar isso nas escolas, fazer uma matéria de educação financeira. Sabemos das nossas obrigações, todo mundo concorda que poupar é importante, mas na prática poucos sabem como agir e aplicar esse conhecimento. Por isso o que aprendemos no curso foi muito importante, porque podemos colocar em prática, é um aprendizado constante. Vi aqui pessoas jovens e de mais idade, então qualquer um pode participar e aprender, em qualquer fase da vida”, disse o senhor Agenor Silveira, participante do curso.

A primeira turma formada na capacitação tinha pessoas de 17 a 52 anos, com ocupações bastante variadas: de estudantes e donas de casa a microempresários e professores. Além da segunda edição do curso, prevista para meados de maio, também está sendo analisada uma proposta de programa de educação financeira voltado para os jovens, que deverá ser realizado junto às escolas locais, visando atender jovens de 16 a 22 anos e trabalhar temas como “Profissões”, “Carreiras” e “Como ganhar dinheiro”, além de poupança e orçamento.

“Para mim, este curso foi de suma importância, porque dentro da minha casa já tenho um estímulo para poupar e fazer orçamento pelo meu esposo, ele sempre me incentiva, e o curso veio reforçar isso. Creio que para a cidade de Barro Alto também tenha sido muito importante, porque nós que participamos podemos agora ser multiplicadores desse conhecimento, é de nossa responsabilidade transmiti-lo para todos. Assim, outras pessoas podem vir fazer o curso também”, disse Ana Cristina de Melo, uma das participantes.

Na Bahia, assentamento produtor de cacau investe também em horta e granja comunitárias

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Em 2009, a CARE Brasil implementou oito unidades demonstrativas para testar e validar um novo modelo de produção de cacau no Assentamento Rochedo, em Ilhéus (BA). Hoje, estas mesmas unidades têm como resultado o aumento de 40% em sua produção. Visando minimizar os impactos negativos das variações sazonais do preço do cacau e diversificar as atividades econômicas, foi iniciado no assentamento um programa de segurança alimentar, com foco na implementação de uma granja de galinha caipira e de uma horta comunitária, atividades que fazem parte do Projeto Caçuá, da CARE Brasil, que integra o Programa Bahia dentro do eixo estratégico de acesso ao mercado através do exercício da habilidade empreendedora.

Vera Lúcia, responsável pela comercialização das aves produzidas pelo assentamento na feira livre de Uruçuca – BA

Apesar de o Assentamento Rochedo estar localizado no município de Ilhéus, as atividades de comercialização ocorrem no município de Uruçuca, a 6km de distância. É lá que Vera Lúcia leva as aves para comercializar, aos sábados, junto com os produtos de sua horta. “Com a chegada da CARE Brasil, além do aumento na produção de cacau, as mulheres foram envolvidas nas atividades produtivas como a horta comunitária e a granja. Estamos indo muito bem e como é gostoso comer o que plantamos e criamos”, afirma ela. A ação qualifica os parceiros do Projeto na compra de insumos e na venda coletiva da produção de todo o assentamento, fortalecendo a associação dos produtores que tem como meta alcançar seu protagonismo social e autonomia financeira.

No processo de implementação da granja foram considerados todos os meios de produção disponíveis no assentamento, com o objetivo de diminuir os custos. Em parceria com os assentados, a CARE Brasil construiu um galpão com capacidade para 864 aves, distribuídas em três lotes. Os produtores disponibilizaram a sua mão de obra e os materiais existentes no assentamento. O lote inicial contou com 110 aves, que foram comercializadas no mês de março. Os próximos lotes serão comercializados mensalmente. Os procedimentos operacionais na granja foram distribuídos considerando a aptidão de cada produtor, assegurando assim a eficácia do manejo e garantindo a engorda do animal no tempo esperado.

Granja do Assentamento Rochedo - fornecimento de alimentação alternativa (folha de mandioca)

“Se não tivermos todo o cuidado com as aves desde a chegada dos pintinhos, seguindo a tabela de vacinação, oferecendo alimentação balanceada com ração e alimentos alternativos disponíveis no assentamento (excedentes da produção de frutas e hortaliças na horta), não será possível chegar ao peso planejado para as aves, o que poderia refletir em um aumento de custos”, explica Tatiane Botelho, técnica agrícola da CARE Brasil que acompanha as atividades da granja e da horta comunitárias. De acordo com ela, o diferencial da ação da CARE Brasil na granja é fomentar, ao final de cada ciclo de produção, uma avaliação conjunta dos procedimentos operacionais e financeiros das atividades.

Tatiane e Leninha (uma das produtoras do assentamento) vacinam as aves da granja

A partir de um treinamento promovido pela CARE Brasil em fevereiro de 2011 sobre administração financeira com enfoque na gestão da granja, foi possível capacitar os produtores para o controle diário das entradas e saídas de recursos, bem como para o controle dos resultados financeiros e produtivos no final de cada mês. Com esse treinamento, os produtores identificaram o custo de produção da granja, que atualmente está em R$ 10,35 por frango. Hoje, os produtores do assentamento já estão  capacitados para monitorar o custo de produção e, consequentemente, acompanhar o lucro do seu negócio. As aves estão sendo comercializadas na feira livre do município de Uruçuca e no próprio assentamento, onde já foram vendidos 286 kg de frango (em peso vivo). As aves são vendidas por R$ 20,00 cada, proporcionando um lucro de 93%.